- Rota do Românico- Mais uma das pérolas do Douro- A Rota do Românico é um percurso por 58 monumentos localizados no norte de Portugal, junto aos rios Sousa, Douro e Tâmega.- Inclui mosteiros, igrejas e memoriais, pontes, castelos e torres que comungam da arquitetura românica tão caraterística desta região.- No seu conjunto, estão no centro de um triângulo muito interessante, cujos vértices acabam por ser locais classificados como Património da Humanidade: o Porto, a cidade berço - Guimarães e o magnífico Vale do Douro.- A Rota do Românico divide-se na realidade em 3 rotas que se ligam entre si por estrada, seguindo os vales de 3 rios:- 
	Rota do Vale do Sousa com 19 monumentos;
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	Rota do Vale do Tâmega com 25 monumentos;
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	Rota do Vale do Douro, entre Castelo de Paiva e Resende, com 14 monumentos.
 - Arte românica é o estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período da história da arte comumente conhecido como "românico".[1] O estilo é visto principalmente nas igrejas católicas construídas após a expansão do cristianismo pela Europa, e foi o primeiro depois da queda do Império Romano a apresentar características comuns em várias regiões.- Nas palavras de Matthew Johnson, "a maneira mais simples de se caracterizar o românico é entender que ele representa a Igreja sob assédio, a Igreja Militante. As igrejas românicas, escuras e com paredes grossas, representam uma espécie de fortaleza, uma fortaleza contra os inimigos da cristandade ocidental no início da Idade Média — os vikings, os muçulmanos, os lombardos e os saxões. [...] Foi uma resposta para o mundo do início da Idade Média e uma luta para reconstituir a civilização em meio ao caos pós-romano. [...] O românico representa a habilidade de muitas personalidades poderosas atuantes no seio da internacionalmente respeitada instituição da Igreja de Roma para revitalizar o comércio, a moeda, a literatura, e do próprio Império para proteger esse esforço em face de violenta oposição vinda de todos os cantos, passando pelos vikings e os hunos até os muçulmanos na Espanha.- A arte românica é essencialmente figurativa, mas o naturalismo é quase de todo ausente, sendo adotada uma abordagem principalmente simbólica para a representação, onde o conteúdo de significado assume a primazia sobre a representação imitativa da natureza. São comuns elementos baseados em formas geometrizadas ou esquemáticas e relações matemáticas associadas com significados transcendentes.- O pensamento simbólico em parte também explica a pouca preocupação com uma imitação fiel da natureza, e a liberdade em relação à imitação possibilitou o desenvolvimento de uma grande variedade de formulações estéticas para a representação do corpo humano, dos animais e plantas e da paisagem. Havia uma percepção do Belo, mas ela estava direcionada principalmente para a beleza moral e espiritual. Neste contexto, os monstros e seres fantásticos, tão presentes na arte românica — os quais se acreditava serem reais — incluindo dentro do recinto sagrado das igrejas e mosteiros, se justificavam primeiro como manifestações do maravilhoso e do surpreendente na obra divina da Criação, mas acima de tudo como alegorias de vícios e virtudes ou como contrastes necessários para o realce do Belo e do Bem.- Apesar das incertezas que subsistem na compreensão da arte do período, ela sem dúvida deve ter sido um meio eficiente de educar o povo inculto. Seu simbolismo devia ser uma linguagem acessível a todos, e sua expressividade — acentuada pelas cores vivas, contrastantes e antinaturais tão apreciadas na época, aplicadas também sobre as esculturas arquiteturais (hoje descoloridas pelos desgastes do tempo) — amplificava o impacto emocional sobre o público e remetia para o mundo sobrenatural.- A pedra foi empregada na construção e o telhado de madeira foi trocado por abóbadas de berço e de aresta, mais condizentes com uma igreja que representa a "fortaleza de Deus". Construções sólidas, paredes grossas, com contrafortes ao estilo de fortificações, com recurso a ameias; janelas pequenas, produzindo interiores escuros; uso de arcos redondos ou abóbadas perfeitas (também designadas abóbadas de berço); uso de plantas derivadas do modelo da basílica de origem romana, geralmente com três naves (central e duas laterais mais escritas). As edificações são desenhadas com um novo senso de ordem, ritmo e clareza, sujeitando todos os elementos a um único princípio norteador e estruturante.- Os conjuntos eclesiásticos seguem, geralmente, a planta basilical, com uma, três ou cinco naves (geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço. As janelas são pequenas porque as paredes servem como estrutura e suportam todo o peso do teto. Haverá grande decoração, externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas ábsides e abóbadas das naves.[16]- As igrejas de peregrinação surgiram neste período. Ficavam no caminho para locais sagrados, como Santiago de Compostela, Roma e Jerusalém, mantinham hospedarias que serviam de apoio e pouso para os peregrinos, além de oferecerem como atrativos as relíquias, objetos supostamente pertencentes a Jesus Cristo, a Maria e aos santos. Fomentaram o crescimento de importantes cidades em seu redor. Essas igrejas deviam ser amplas o bastante para receber a massa de peregrinos. Seguiam a planta em forma de cruz latina, com um transepto grande e uma nave longa, geralmente subdividida em uma nave central e duas ou quatro naves laterais, que se prolongavam e passavam por detrás da ábside, formando o deambulatório. Do deambulatório saiam as capelas radiantes, ou absidíolas. Esse esquema favorecia a circulação dos fiéis no interior segundo um roteiro programático.
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